por Vanessa Mazza
É impressionante como nos deixamos levar por nossas enxurradas de problemas a ponto de não conseguir mais separar nossas vidas cotidianas das coisas que nos afligem e incomodam.
Recentemente, talvez em decorrência do exercício de meditação diária, comecei a perceber a quantidade de coisas que me incomodavam, mas que não entanto, não resolvia. O mais estranho de perceber essa realidade era a pergunta que vinha agregada à ela: se você sabia que aquilo era um problema, porque não lidou com ele de uma vez? Pois é, mas eu fazia exatamente o oposto, falava dele, reclamava dele, sofria por ele, mas parar e pensar criativamente sobre soluções, nem um instante era gasto.
Isso me deu uma luz sobre nossos processos mentais. De fato, quantos de nós não vivem atordoados, inativos, presos em seu próprio plano mental de reclamações e situações incabadas?"quantos de nós não vivem atordoados, inativos, presos em seu próprio plano mental de reclamações e situações incabadas?"
Foi então que entendi que tudo está apenas no foco. Quando focamos no problema, ele nos parece tão grande e forte, que sentimos intimamente que é tolice nossa esboçar qualquer movimento, como se nesta atitude passiva e vitimada, o "problema-monstro" fosse se constranger e se afastar naturalmente.
Porém, isso não acontece, já que tal atitude mental só aumenta ainda mais nosso desgaste - mental, emocional e físico - nos fragilizando e esgotando ao ponto de a cada dia termos ainda menos poder de escolha e de decisão frente a tudo aquilo que nos incomoda.
E engana-se quem pensa que esses problemas são apenas os realmente difíceis. Geralmente se tratam de assuntos básicos, do cotidiano, tão simples de solucionar que não deveriam tomar nenhum um pouco do nosso tempo, mas que, empilhados a tantos outros pequenos inconvenientes, se tornam montanhas de estresse, tristeza, raiva, medo e ressentimento.
Para que se compreenda melhor, vão aqui alguns exemplos:
- Vamos supor que uma mulher tenha um portão frágil e que durma todas as noite com medo de ser assaltada. Ela pode proceder de duas formas:
- Você tem um gato que vive mexendo num objeto, derrubando-o o tempo todo, fazendo barulho e sujeira. Você pode:
- Tem uma pessoa que sempre lhe incomoda com perguntas indiscretas. Você pode:
Percebeu a diferença entre a atitude focada na solução e a focada no problema?
Pois comece hoje a transformar seus pequenos inconvenientes em soluções práticas, livrando-se de um peso inútil que só ocupa espaço vital numa vida que pode ser plena e radiante!
Texto retirado da revista Personare e escrito por Vanessa Mazza


